sábado, 26 de junho de 2010

Glossário

  • Metodologia

- É o estudo dos métodos.

- As etapas a seguir num determinado processo.

- Tem como finalidade captar e analisar as caracteristicas dos vários métodos disponíveis, avaliar as suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações da sua utilização.

- Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino da ciência e arte.

- A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado ( questionário, entrevista, etc), do tempo previsto, da equipa de pesquisadores e da divisão do trabalho e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.

  • Método

- A palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um dado fim. Agir com um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se pois, de uma acção planeada, baseada num quadro de procedimentos sistematizados e previamente conhecidos.

- Em pedagogia, entende-se por métodos os diferentes modos de proporcionar uma dada aprendizagem e que foram sendo individualizados pelos pedagogos ou a investigação científica.

- O método não diz respeito aos vários saberes que são transmitidos, mas sim, ao modo como se realiza a sua transmissão. Podemos definir um método pedagógico como:

- Uma forma específica de organização dos conhecimentos, tendo com conta os objectivos dos programas de formação, as características dos formandos e os recursos disponíveis.

- Designa-se na perspectiva pedagógica, o caminho para o conteúdo ou tema, para um objecto de ensino ou aprendizagem, por conseguinte, o processo de ensino ou de aprendizagem.

- É um conjunto de regras úteis para a investigação, é um procedimento cuidadosamente elaborado, visando provocar respostas na natureza e na sociedade e, paulatinamente, descobrir sua lógica e leis.

  • Técnica

- É o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objectivo obter um determinado resultado, seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra actividade.

- Estes procedimentos não excluem a criatividade como factor importante da técnica.

- Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação.

- A técnica não é única do homem, pois também se manifesta na actividade de todo o ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência.


Aprendizagem Colaborativa

A definição mais comum (mas insatisfatória) de aprendizagem colaborativa é a situação na qual duas ou mais pessoas aprendem ou tentam aprender, conjuntamente, alguma coisa.

Um suma, a expressão “aprendizagem colaborativa”, descreve uma situação na qual se espera que ocorram formas particulares de interacção entre pessoas, capazes de desencadear mecanismos de aprendizagem, mas sem que haja garantia de que as interacções esperadas ocorram.

  • www3.uma.pt

Aprendizagem Cooperativa

A aprendizagem cooperativa é um método de aprendizagem baseado na interdependência positiva dos membros de um grupo, onde todos ganham. A aprendizagem cooperativa pode ser definida como uma estrutura de interdependência positiva, que pode ser alcançada de diferentes maneiras, através de objectivos comuns, recompensas grupais, interdependência nos recursos proporcionados para a tarefa ou os papéis de cada membro. Pode afirmar-se, à luz das evidências disponíveis, que a aprendizagem cooperativa, adequadamente aplicada, melhora o rendimento.
É produto de uma concepção das relações sociais nas quais predomina a ajuda e a colaboração mútuas, mais do que a competição e o confronto entre as pessoas, próprios de formas tradicionais de educação. Não existe um método de aprendizagem cooperativo, existe uma crença pedagógica de base, a cooperação, e um conjunto de recursos metodológicos muito amplo e diverso para alcançá-la, para torná-la realidade em contextos escolares muito diferentes, segundo as necessidades de cada um.

  • http://cmodelo.educared.net

Metodologia de Investigação-Acção

Contextualização do método

A investigação-acção é um método de investigação que se estabeleceu no âmbito das ciências sociais e médicas desde meados do século vinte. Atribui-se a Kurt Lewin a sua origem moderna quando nos anos quarenta ele desenvolveu uma versão de investigação-acção em psicologia social no Centro de Pesquisa em Dinâmica de Grupos da Universidade de Michigan. Também o Instituto Tavistock, independentemente, desenvolveu uma versão operacional de investigação-acção no estudo de desordens psicológicas e sociais entre os veteranos da guerra. Lewin e Tavistock acabariam por trabalhar conjuntamente e inspirarem uma vasta corrente de investigações-acções. Depois de alguma marginalização científica amadureceu-se um reconhecimento de que a investigação-acção operava com uma epistemologia alternativa à da ciência tradicional. Nos anos noventa verificou-se um crescimento da sua popularidade nas ciências da educação, na investigação em sistemas de informação e na aprendizagem das organizações (organizational learning). Porque assenta na acção prática o método tem produzido relevantes resultados na resolução de problemas (Baskerville, 1999).

  • nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/joaquim/Word/13.doc

Caracterização do método

Como o nome indica, é uma metodologia que tem o duplo objectivo de acção e investigação, no sentido de obter resultados em ambas as vertentes:

- Acção – para obter mudança numa comunidade ou organização ou programa;

- Investigação – no sentido de aumentar a compreensão por parte do investigador,

do cliente e da comunidade (Dick 2000).

De uma forma simplificada podemos afirmar que a Investigação-acção é uma metodologia de investigação orientada para a melhoria da prática nos diversos campos da acção (Jaume Trilla, 1998 e Elliott, 1996). Por conseguinte, o duplo objectivo básico e essencial é, por um lado obter melhores resultados naquilo que se faz e, por outro, facilitar o aperfeiçoamento das pessoas e dos grupos com que se trabalha.

Esta metodologia orienta-se à melhoria das práticas mediante a mudança e a aprendizagem a partir das consequências dessas mudanças. Permite ainda a participação de todos os implicados. Desenvolve-se numa espiral de ciclos de planificação, acção, observação e reflexão. É, portanto, um processo sistemático de aprendizagem orientado para a praxis, exigindo que esta seja submetida à prova, permitindo dar uma justificação a partir do trabalho, mediante uma argumentação desenvolvida, comprovada e cientificamente examinada (Jaime Trilla, 1998).

Aliás, Ventosa Pérez (1996) acrescenta: “encontramo-nos perante um tipo de investigação qualitativo como um processo aberto e continuado de reflexão crítica sobre a acção.”

O grande objectivo desta metodologia, é pois, a reflexão sobre a acção a partir da

mesma. Por outras palavras: a sua finalidade consiste na acção transformadora da

realidade, ou, como afirma Cembranos (1995) na “superação da realidade actual”.

Os autores Brown e McIntyre (1981) referidos por Chagas (2005), apresentam a Investigação-acção como uma metodologia bastante “apelativa e motivadora” porque se centra na prática e na melhoria das estratégias utilizadas, o que leva a uma eficácia da prática muito maior: “O investigador/actor formula primeiramente princípios especulativos, hipotéticos e gerais em relação aos problemas que foram identificados; a partir destes princípios, podem ser depois produzidas hipóteses quanto à acção que deverá mais provavelmente conduzir, na prática, aos melhoramentos desejados. Essa acção será então experimentada e recolhida a informação correspondente aos seus efeitos; essas informações serão utilizadas para rever as hipóteses preliminares e para identificar uma acção mais apropriada que já reflicta uma modificação dos princípios gerais. A recolha de informação sobre os efeitos desta nova acção poderá gerar hipóteses posteriores e alterações dos princípios, e assim sucessivamente…”

Para Benavente et al (1990), a Investigação-acção, pelas características que reúne e “a imprecisão dos seus instrumentos e limites”, tanto pode ser encarada com uma “grande exigência, rigor e dificuldade, como pode ser um caminho de facilidades, de superficialidades e de ilusões”.

Chagas (2005) refere ainda que a Investigação-acção, “usada como uma modalidade de investigação qualitativa, não é entendida pelos tradicionalistas como “verdadeira” investigação, uma vez que está ao serviço de uma causa, a de “promover mudanças sociais” (Bogdan & Biklen, 1994), e porque é “um tipo de investigação aplicada no qual o investigador se envolve activamente.”

Almeida (2001) vem a “terreiro” em defesa da Investigação-acção, porque, para

este autor, ela tem sido “a parente pobre no campo das ciências sociais” porque é pouco falada, insuficientemente praticada, dadas as suas grandes potencialidades. Quando se utiliza, raramente é divulgada nos meios científicos. “Desde que, em 1948, Kurt Lewin lançou a ideia da action research, tal proposta não foi bem aceite nos círculos científicos”, refere o autor.

Para Almeida (2001) existem grandes vantagens na prática desta metodologia de

investigação. “Ela implica o abandono do praticismo não reflexivo, favorece, quer a colaboração interprofissional, quer a prática pluridisciplinar — quando não interdisciplinar ou mesmo transdisciplinar —, e promove, inegavelmente, a melhoria das intervenções em que é utilizada.”

Em que medida esta metodologia de investigação-acção é uma mais valia na praxis/prática quotidiana do educador?

A metodologia de investigação-acção é uma das ferramentas fundamentais para um educador na sua praxis quotidiana, porque é um processo contínuo de acção e reflexão sistemática e de desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes em que todos participam, investigando as suas práticas sociais para conhecê-las e melhorá-las.

Esta metodologia combina estes dois termos, a acção com a investigação, e tem como objectivo compreender, melhorar e reformar práticas. Implica planear, actuar, observar e reflectir mais cuidadosamente do que aquilo que se faz no dia-a-dia. Caracterizada por uma permanente dinâmica entre a teoria e a prática em que o investigador interfere no próprio terreno de pesquisa, analisando as consequências da sua acção e implicação. A investigação-acção é frequentemente assumida por um colectivo de investigação pluridisciplinar. Tendo em vista uma intervenção social, as finalidades, o processo e os conteúdos são constantemente debatidos pela equipa dos investigadores e actores sociais.

Este método é uma teoria da acção, promotora da mudança social, contribuindo para a consciência da comunidade, melhoria da qualidade de vida e resolução de problemas. É favorável à produção de conhecimento pela aprendizagem pois este conhecimento é produzido com a participação dos actores implicados em todo o processo de mudança.

Ajuda o educador a desenvolver estratégias e métodos para que a sua actuação seja mais adequada.

Resumindo, embora mantendo características específicas, partilha de características básicas de uma boa investigação.

Metodologia de Trabalho de Projecto

Contextualização do método

Inscreve-se no movimento de educação progressista, associado ao pensamento de John Dewey (1859-1952).

Este movimento defende:

- o experimentalismo;

- o apelo aos interesses dos alunos;

- a preocupação de ligar a educação a objectivos pragmáticos e práticos;

- o reconhecimento de diferenças individuais no ritmo de aprendizagem.

Como método de trabalho pedagógico, o trabalho de projecto foi teorizado por William H. Kilpatrick, num artigo publicado em 1918 - «The Project Method», Teachers College Record, vol. XIX, no.4.

Em Portugal, a metodologia de trabalho de projecto foi divulgada de modo sistemático a partir de um seminário organizado no Porto, em Fevereiro de 1978, pela Comissão Instaladora de um Curso para Formação de Formadores (CICFF) e pela Escola Superior de Educação de Estocolmo.

Caracterização do método

É um método de trabalho que requer a participação de cada membro de um grupo, segundo as suas capacidades, com o objectivo de realizar um trabalho conjunto, decidido, planificado e organizado de comum acordo.

O trabalho é orientado para a resolução de um problema. Este deve obedecer a certas características:

a) ser considerado importante e real por cada um dos participantes;

b) ser profissionalmente relevante para todos os participantes e/ou permitir aprendizagens novas;

c) ser de natureza tal que tenha que ser estudado/resolvido tendo em conta as condições da sociedade em que os alunos vivem.

O trabalho desenvolve-se nas seguintes fases:

1. Escolha do problema;

2. Escolha e formulação dos problemas parcelares;

3. Preparação e planeamento do trabalho;

4. Trabalho de campo;

5. Ponto da situação;

6. Tratamento das informações recebidas; preparação do relatório e da apresentação;

7. Apresentação dos trabalhos;

8. Balanço.

· CASTRO, Lisete, RICARDO, Maria – Gerir o trabalho de projecto, Lisboa: Texto Editora, Lda, 4ª Edição, 1994, (p. 9,11).

Em que medida esta metodologia de trabalho de projecto é uma mais valia na praxis/prática quotidiana do educador?

A metodologia de trabalho de projecto é um instrumento importante na prática diária de um educador, pois este método consiste na adopção de um conjunto de procedimentos, técnicas e instrumentos com vista a atingir os objectivos do projecto.

Para resolver problemas, partindo das situações e dos recursos existentes; para realizar aprendizagens significativas, tanto no domínio individual como no domínio cooperativo e desenvolver competências diversas.

Assim, o trabalho de projecto é orientado para a resolução de um problema, considerado importante e real, onde se desenvolve nas seguintes fases: escolha do tema; escolha e formulação de problemas parcelares; preparação e planeamento do trabalho; trabalho de campo; ponto da situação; tratamento da informação e relatório e a apresentação dos projectos e a avaliação.